janeiro 27, 2008

sétimo dia


6 comentários:

Adriana Gragnani disse...

Atordoado, tentou pegar dos óculos que jaziam, desde o sétimo dia do após, sobre a cômoda, incômoda.Impossível, o chão tremia. Sobrou-lhe, então,o reflexo.

Adriana Gragnani disse...

...o qual atirou-se loucamente em direção ao porco, este sim, insepulto.

Adriana Gragnani disse...

Refestelava-se, o suino, dentro de uma assadeira prata, sem tomate na boca, sem cenoura nas orelhas.

Adriana Gragnani disse...

Reflexo recebido, gemeu o poco. Ronc...ronc... em onomatopéia já sem sentido, vago som que outrora emitia. Mas agora, morto, assado e pronto, sabia que escutaria outras, o nhoc nhoc crec dos dentes sobre seus ossos e carnes. Ah...tivesse ele um tomate na boca, as cenouras nas orelhas... Mas não. Sua existência passava pela assadeira. O consolo era a farofa, quente e molhada que alimentava seu ódio, pq bastante salgada estava. Isso o reflexo não viu.

Adriana Gragnani disse...

Ao penetrar-lhe as entranhas,o reflexo chegado ao sob porco refletiu-se, sendo pelo sal regurgitado em rubra cor, que encheu os vácuos restantes do suino. Olhos e boca, vermelho assado.

Adriana Gragnani disse...

Fim.